Todo mundo acordou essa manhã
Com a mesma preocupação
Como será o dia de amanhã ?
"Vamos cumprir a nossa obrigação"
E ninguém comeu direito a refeição,
Todos preocupados em cumprir sua missão
Ninguém aproveitou a hora de lazer
Porque havia muito o que se fazer
Violentaram a diversão,
Vamos fazer uma revolução!
Porque hoje ninguém mais é são,
Nesse mundo cão!
Ninguém encontra mais qualquer distração,
Nem é mais alegre sem ambição,
Hoje ninguém mais sonha não
Porque o sonho, o sonho é em vão.
O mundo virou uma podridão,
Ninguém mais tem opção.
Robotizados repetem a ação
Que aprenderam na televisão
Violentaram a diversão,
Vamos fazer uma revolução!
Porque hoje ninguém mais é são
Nesse mundo cão!
Notas
"Violentaram a Diversão", segundo os relatos do meu Chordbook compilado em 2006, "(...) só saiu em cima da hora, e só finalizei ela pra valer em Janeiro de 2004. Muito embora tivesse preocupado por só ter composto 2 músicas aquele ano e a inspiração ter me falhado várias vezes, e os temas que tinha criado antes de "Violentaram a Diversão' não terem vingado nem nos planos das ideias quanto no plano mais prático do quesito composição (estou falando de "Trauma" , cadência metaleira que levou a versos horríveis e desfiz a música toda quando a toquei usando o gravador de som do computador e vi que ela soava uma merda)."
Pelo que eu lembro, em 2003 eu estava bastante ocupado , musicalmente falando , muito por conta dos deveres acadêmicos entre outras coisas e também porque segundo o mesmo relato: "(...)2003 foi um ano muito agitado , em que me ocupei musicalmente de diversas coisas, entre elas terminar uma música no Guitar Pro, escrever a partitura da música "Amor Medieval" para voz e violão, compor um tema erudito para uma garota de quem eu estava a fim, fora as mudanças ocorridas na minha vida que me fizeram esquecer um pouco esse lance de compor."
Eu lembro que essa "Trauma" era uma puta música de dor de cotovelo do caralho, só reclamando da vida, a letra era amarga e era um lixo total. Tava meio puto acho que por perceber uma colega de faculdade dando em cima na cara dura de um amigo meu e percebi que comigo ela nunca teve essa postura e aí fiz a música amargurado com isso. Mas pra minha sorte, como está no relato, percebi que a música era uma verdadeira bosta, mudei os acordes e a estética e assim nasceu "Violentaram a Diversão".
Continuando ainda embasado nas memórias do Chordbook: "Se tive inicialmente a ideia da letra foi graças a uma conversa no Messenger com a Alline Berek (...) , a gente estava conversando sobre roubos , segurança à luz do dia e ela tinha me contado que tinham levado embora o boné do irmão dela na frente de um Clube, daí não sei o que me bateu que eu soltei essa: "Violentaram a diversão". Alline quase me ajudou a compor a parte musical dessa música, mas , com os compromissos com o Solange Orange acabou não rolando.
" 'Violentaram a Diversão' " foi composta às pressas (a parte musical), uma vez que o meu prazo já tinha vencido , e mesmo com ele vencido, em janeiro tentei fazer umas modificações cadenciais para não deixar a música simplória demais, mas o motivo cadencial uma vez mudado não soou legal, então eu deixei a música com essa cara mais "punk" se bem que pode ser entoada também com acordes maiores e menores em uma versão acústica ..."
" 'Violentaram a Diversão' " é uma crítica à robotização dos comportamentos impostos pelo sistema, um alerta para a dominação da sociedade por mentes ardilosas que aos poucos vão conseguindo o que querem ... e a massa vai junto, unida com a maré sem perceber que suas ideologias foram completamente deturpadas lentamente" - Na verdade, transcrever essas memórias me faz lembrar que nessa época eu tinha uma puta influência do primeiro disco que a Pitty gravou em 2003, o "Admirável Chip Novo", disco do qual eu gosto até hoje, pra caralho. E nessa época ainda estava na transição antes dela lançar o segundo disco, Anacrônico. Tenho certeza que quando escrevi essa letra foi muito baseado nas letras daquele primeiro disco dela.
Finalmente depois de muito procrastinar e resolver problemas com a edição da voz na música , consegui lançar ela oficialmente em 31/12/2016. E diferente do que está dito nesse relato eu mantive os acordes maiores e menores porque hoje eu entendo muito mais de música do que entendia naquela época. Aliás foi justamente em 2004 o ano que acabei largando a UFPR. E quando fui fazer o arranjo resolvi fazer uma música híbrida que misturasse elementos da música eletrônica como bateria eletrônica e samples com um rock simples, embora mesmo na parte rock da canção eu tenha mantido os acordes maiores e menores que também são executados pelos samplers. Gravei o chroma key ontem no quarto do meu pai e ficou muito bom, pena que a porra do Movie Maker converteu minha imagem que estava em HD num downgrade podrérrimo que destoou das imagens que aparecem em HD no clipe. É a vida.
Ela esperou as últimas lágrimas secarem
E ela ouviu os sinos da igreja tocarem
E essa foi a última vez que ela o viu
Depois ele partiu e sumiu
O último Adeus, que ela lhe deu
Dizia assim: "Meu amor, por favor, volta pra mim"
Ela esperou as feridas todas cicatrizarem
E ela ouviu as pessoas a sua volta debocharem
Do seu amor,
Que se transformou,
Num prato
Num grito de dor
O último Adeus que ela lhe deu, dizia assim
Meu amor, por favor, volta pra mim
Pra mim assim, pra mim assim
Notas
"O Último Adeus" foi uma música que eu compus em 2002.
Naquela época eu havia ingressado há pouco tempo na UFPR, muito embora, tivesse iniciado minhas composições em 1999. Na verdade, a faculdade não influenciou em nada o processo de composição dessa música, até porque ela não era um conservatório de música, mas sim, um curso voltado para quem já entendia de música e queria atuar lecionando em outras instituições, na verdade, uma grande decepção pra mim, mas deixemos isso pra lá porque não tem importância agora
Compus de madrugada, depois de voltar da zona, num violão no meu quarto. Essa música sempre teve cara de rock e foi assim que eu trabalhei o seu arranjo desde Maio desse ano.
Apesar de tocá-la desde 2002, apanhei muito pra escrever a bateria dessa música. Descobri que o tempo da música (pelo menos no refrão e em outros trechos) não está dentro do compasso 4x4. E com isso, demorei muito mais a escrever o seu arranjo e para conseguir gravá-la.
Na época, liguei para Dinarte, um amigo meu, e mostrei a música. Ele gostou e ficou com o refrão dela na cabeça.
A introdução com os power chords F5, A5, C5, A5, surgiu só no final, pois quando eu cantava o refrão da música sentia que o último acorde que caía em cima da última palavra parecia se prolongar e automaticamente em minha mente vinha esse motivo melódico.
Pensei que o motivo melódico teria mais impacto se fosse uma sequência de power chords, que no final, veio também a se transformar na introdução da música.
Na época foi uma canção que agradou a todos.
Ele tinha certeza que o seu amor
Não seria afetado pela dor
A dor do sofrimento de dia
E a dor do esquecimento a noite
E a lembrança do que nunca fez
Das suas vontades que nunca se tornaram realidade
Mas veja o tempo passou
E ele olha pra trás
Se arrependendo do que não fez
E agora ele para e chora
Se lamentando pelo que passou
E então ele percebe que o seu amor
Já perdeu todo o valor
E o que era alegria se tornou um tormento
E a tristeza sem fim que tomou conta do seu coração machucado
O deixou doente e a tal certeza se acabou
Ficou de cama, apático
Sempre perguntando "e se?"
Ele viu o amor lhe escapar pela janela e voar, voar
para não voltar
E aquele homem ficou conhecido
Por toda vila,cidade e país
Por se tornar um mito nacional
O Primeiro A Morrer De Amor
Notas
É a letra mais poética que eu já escrevi até hoje.
Escrevi essa música no ano 2000 e acho que nunca me superei. Ela sempre foi uma balada com base no violão, por isso percebi que não teria como gravar essa música sem o violão base que tem umas fírulas em seu dedilhado que eu acabei mantendo nessa versão que gravei recentemente. Com a adição dos outros instrumentos ela se tornou uma "Power Ballad".
Como sempre, analiso os fatos da vida com uma visão mais pessimista, porém , aqui, é mais uma reflexão do que um lamento. Difícil foi traduzir o que eu realmente queria dizer na hora de produzir o clipe. Se tivesse em condições de pagar uma produtora pra produzir o clipe faria esse storyboard usando atores profissionais. De qualquer forma estou feliz com o resultado e percebo que meus amigos também estão.
Originalmente compus numa madrugada já com a introdução ao violão que remete de leve algo a ver com a música clássica, mas que depois adota o seu caráter de balada tão consolidado na música popular. A letra deixa muitas coisas na entrelinhas , embora o clipe da música hoje em dia esclareça boa parte de qualquer dúvida que houvesse com relação ao que eu queria dizer naquela época.
Quando descobrirão uma solução Para os crimes da favela de São João? E para o tráfico de drogas e pro de armas, também ? De menores que vêm ganhando barriga A viver de miséria Pois nunca tem dinheiro pra poderem se sustentar A bolsinha é preciso rodar.
E quando enfim saem de seus barracos Sempre é pra comprar pedras e bater carteira Todos culpam o sistema Mas ninguém tenta combater o problema E quem se importa com decadência e violência na rua? Quem se importa com as milhares de mortes no Brasil?
O Brasil é assim, O Brasil é assim O Brasil é assim, O Brasil é assim
Enquanto isso numa mansão de um ricaço De carro blindado e guarda costas armados Rola uma festinha com um bando de viciados Que investem nisso todo o dinheiro Enquanto outros, sem, morrem de fome
Descobrem em Brasília um caso de corrupção, Enquanto paralmentares aumentam os seus salários, Ninguém está nem aí,
O Brasil é assim, O Brasil é assim O Brasil é assim, O Brasil é assim NOTA: Compus essa música em 1999. Em 2006 eu criei um Chordbook com a cifra das minhas 20 composições, e, nesse Chordbook, havia anotações a respeito do contexto de cada música. Lendo a anotação eu lembrei de coisas que minha mente já tinha até apagado da memória, como por exemplo, que numa das primeiras versões o refrão era "O Brasil é essa bosta".
Quando eu compus a letra a príncipio era uma paródia escrachada da música Haiti de Caetano Veloso muito embora a paródia fizesse referência somente à letra da música dele e a harmonia seja completamente diferente.
A introdução era Am/Am5+. No entanto, em 2000 a primeira vez que gravei essa música usando um software chamado MTV MUSIC GENERATOR, resolvi incluir uma cadência que eu havia feito dentro da música e que aparecia duas vezes durante a execução: Am/Dm/C/G.
Como disse acima a letra da música era uma paródia do rap social "Haiti" de Caetano e Gil. Dessa forma, eu mudei através dos anos essa letra várias e várias vezes para que a paródia fizesse sentido. No final, a música adotou também o mesmo tom de crítica social. Porém, apesar de nessa gravação eu usar um instrumento chamado "Orchestra Hit" , que aproximaria a música do estilo citado antes, ela tornou-se uma canção de protesto em ritmo de rock.