Ela esperou as últimas lágrimas secarem
E ela ouviu os sinos da igreja tocarem
E essa foi a última vez que ela o viu
Depois ele partiu e sumiu
O último Adeus, que ela lhe deu
Dizia assim: "Meu amor, por favor, volta pra mim"
Ela esperou as feridas todas cicatrizarem
E ela ouviu as pessoas a sua volta debocharem
Do seu amor,
Que se transformou,
Num prato
Num grito de dor
O último Adeus que ela lhe deu, dizia assim
Meu amor, por favor, volta pra mim
Pra mim assim, pra mim assim
Notas
"O Último Adeus" foi uma música que eu compus em 2002.
Naquela época eu havia ingressado há pouco tempo na UFPR, muito embora, tivesse iniciado minhas composições em 1999. Na verdade, a faculdade não influenciou em nada o processo de composição dessa música, até porque ela não era um conservatório de música, mas sim, um curso voltado para quem já entendia de música e queria atuar lecionando em outras instituições, na verdade, uma grande decepção pra mim, mas deixemos isso pra lá porque não tem importância agora
Compus de madrugada, depois de voltar da zona, num violão no meu quarto. Essa música sempre teve cara de rock e foi assim que eu trabalhei o seu arranjo desde Maio desse ano.
Apesar de tocá-la desde 2002, apanhei muito pra escrever a bateria dessa música. Descobri que o tempo da música (pelo menos no refrão e em outros trechos) não está dentro do compasso 4x4. E com isso, demorei muito mais a escrever o seu arranjo e para conseguir gravá-la.
Na época, liguei para Dinarte, um amigo meu, e mostrei a música. Ele gostou e ficou com o refrão dela na cabeça.
A introdução com os power chords F5, A5, C5, A5, surgiu só no final, pois quando eu cantava o refrão da música sentia que o último acorde que caía em cima da última palavra parecia se prolongar e automaticamente em minha mente vinha esse motivo melódico.
Pensei que o motivo melódico teria mais impacto se fosse uma sequência de power chords, que no final, veio também a se transformar na introdução da música.
Na época foi uma canção que agradou a todos.
Quando descobrirão uma solução Para os crimes da favela de São João? E para o tráfico de drogas e pro de armas, também ? De menores que vêm ganhando barriga A viver de miséria Pois nunca tem dinheiro pra poderem se sustentar A bolsinha é preciso rodar.
E quando enfim saem de seus barracos Sempre é pra comprar pedras e bater carteira Todos culpam o sistema Mas ninguém tenta combater o problema E quem se importa com decadência e violência na rua? Quem se importa com as milhares de mortes no Brasil?
O Brasil é assim, O Brasil é assim O Brasil é assim, O Brasil é assim
Enquanto isso numa mansão de um ricaço De carro blindado e guarda costas armados Rola uma festinha com um bando de viciados Que investem nisso todo o dinheiro Enquanto outros, sem, morrem de fome
Descobrem em Brasília um caso de corrupção, Enquanto paralmentares aumentam os seus salários, Ninguém está nem aí,
O Brasil é assim, O Brasil é assim O Brasil é assim, O Brasil é assim NOTA: Compus essa música em 1999. Em 2006 eu criei um Chordbook com a cifra das minhas 20 composições, e, nesse Chordbook, havia anotações a respeito do contexto de cada música. Lendo a anotação eu lembrei de coisas que minha mente já tinha até apagado da memória, como por exemplo, que numa das primeiras versões o refrão era "O Brasil é essa bosta".
Quando eu compus a letra a príncipio era uma paródia escrachada da música Haiti de Caetano Veloso muito embora a paródia fizesse referência somente à letra da música dele e a harmonia seja completamente diferente.
A introdução era Am/Am5+. No entanto, em 2000 a primeira vez que gravei essa música usando um software chamado MTV MUSIC GENERATOR, resolvi incluir uma cadência que eu havia feito dentro da música e que aparecia duas vezes durante a execução: Am/Dm/C/G.
Como disse acima a letra da música era uma paródia do rap social "Haiti" de Caetano e Gil. Dessa forma, eu mudei através dos anos essa letra várias e várias vezes para que a paródia fizesse sentido. No final, a música adotou também o mesmo tom de crítica social. Porém, apesar de nessa gravação eu usar um instrumento chamado "Orchestra Hit" , que aproximaria a música do estilo citado antes, ela tornou-se uma canção de protesto em ritmo de rock.